Ao contrário do que muitos pensam, a criatividade não é uma competência exclusiva de um grupo de gênios, tampouco só se manifesta em pessoas com uma inteligência acima da média. A inteligência, na verdade, contribui para o exercício da criatividade, mas não é condição para que isso aconteça.
Mas por que não consigo ser criativo?
Talvez seja porque você ainda cultiva a crença restritiva de que a criatividade é um dom e não um talento e, sendo dom, dificilmente irá desenvolvê-lo.
Saiba que a criatividade é espontânea nos artistas, geniais e inventivos, mas pode ser desenvolvida em qualquer pessoa, pois é uma aptidão natural e até inconsciente de todo ser humano. Ela é uma maneira de resolver problemas e gerar ideias para sair de situações ou impasses e por isso faz parte do nosso dia a dia.
Problemas iguais, ideias diferentes
Usamos a criatividade para encontrar o famoso plano B em novas situações. Mas, apesar dessa inclinação para a solução de problemas, a criatividade tem sido considerada como um dom reservado a poucos.
Na verdade, algumas pessoas exercitam essa habilidade de forma espontânea, enquanto outras possuem algum tipo de bloqueio. Por isso precisam que esse talento seja lapidado.
Quem trabalha com desenvolvimento criativo, por exemplo, sabe que não é um conhecimento que se ensina, mas sim um talento que pode estar bloqueado. Seguindo essa ideia, não existem professores de criatividade, mas facilitadores que ajudam a identificar e ultrapassar estes bloqueios.
Nas organizações e na sociedade existe uma baixa tolerância ao erro e à experimentação e, para ganharmos tempo na cultura da velocidade, a preferência é por soluções prontas, dicas e truques, que encurtam o caminho.
Os métodos educacionais, principalmente os orientados para o trabalho, também valorizam mais o conhecimento teórico no lugar do pensamento abstrato e da subjetividade, deixando de fomentar essa competência.
E é por isso que a criatividade, tão necessária em momentos de transformação como o que agora vivemos, ainda é rara.
Destaque para as características
É muito fácil identificar um criativo que está o tempo todo colocando em uso a sua habilidade. Esse tipo de pessoa possui traços comportamentais bem característicos, que facilitam qualquer expressão criativa.
Uma dela é o julgamento, pois pessoas excessivamente críticas dificilmente exercitam a criatividade, já que estão o tempo todo buscando as razões certas para as coisas.
Por outro lado, a curiosidade, a flexibilidade mental e o olhar do observador contribuem para a manifestação do talento criativo. Inclusive, por não ter a ansiedade de concluir e determinar se uma coisa é boa ou ruim, certa ou errada, um criativo tem visão mais solta, livre e leve das coisas.
Outro traço presente no criativo é o otimismo. No entanto, ser otimista não significa necessariamente ser alienado. Uma pessoa criativa possui contato com a realidade e tem resiliência para lidar com desafios, suportar as frustrações e aceitar que tudo está em constante transformação.
Hábitos para a criatividade
Para que a criatividade flua em boa parte das pessoas é preciso estímulo, inclusive na rotina do ensino regular das escolas, dentro de um aprendizado que deve vir desde o berço.
A criatividade sempre faz parte da vida porque é a saída para problemas, sejam eles solúveis, simples, altamente complexos ou, ainda, absolutamente sem solução, mas com possibilidade de gerenciamento.
Como a história humana é marcada por escolhas e decisões criativas para garantir a evolução e a sobrevivência, chegamos até os dias atuais utilizando o máximo desse talento.
Agora que você entendeu o mito da criatividade, que tal exercitar essa habilidade adormecida nos seus hábitos diários?