Você sabe o que é memória seletiva? Esse conceito diz respeito às lembranças que ficam gravadas no cérebro e as que são descartadas. Mais especificamente, sobre o processo, predominantemente inconsciente, de seleção dessas memórias.

Entender a definição de memória seletiva é importante para que esse processo se torne mais consciente e você possa usá-lo a seu favor – lembrando-se de conteúdos relevantes para a vida profissional, por exemplo, e esquecendo de situações desconfortáveis ou que não agregam nada.

É comum a memória guardar informações ou situações tão profundamente a ponto de lembrar detalhes. Em outras, porém, são esquecidas por completo. Para se ter uma ideia, algumas crianças passam por momentos traumáticos e o fato pode “sumir” da cabeça delas, mesmo que os resquícios psicológicos fiquem.

Existem casos que, mesmo depois de adultas, a memória da situação retorna quando passam por algo que remete àquilo ou à emoção vivida naquele momento de trauma. Isso mostra que o inconsciente seleciona as lembranças para guardar e outras para esquecer.

Falta de atenção

A falta de atenção é um fator que prejudica a memória sobre determinados acontecimentos. O ideal é sempre se manter atento aos acontecimentos do presente para conseguir memorizar o que é importante. Evitar que a mente se disperse para um momento que não o presente. A técnica mindfulness ajuda nesse processo.

Por exemplo, em momentos de estudo e aprendizagem, é preciso conseguir assimilar o conteúdo e guardá-lo na memória. Por isso, a dica é se desligar de situações externas, redes sociais e manter o celular longe. Assim, a atenção está sempre focada no conteúdo que precisa ser aprendido e as chances de memorizá-lo é maior.

No entanto, sempre há um momento em que a mente não consegue mais se concentrar em uma única coisa e acaba se dispersando. Para voltar à atividade com atenção plena, a dica aqui é tirar alguns minutos de descanso, se levantar, alongar os braços e pernas, beber uma água e ter momentos de distração.

Seleção de memórias

É comum que a memória selecione lembranças para guardar como uma viagem ou um dia importante. No entanto, coisas simples como o caminho que você fez há dois dias para chegar até algum lugar são esquecidos com facilidade.

Em geral, momentos que envolvem adrenalina, contextos felizes e acontecimentos que acrescentam alguma coisa ficam fixados no cérebro por conta da emoção envolvida. Situações do dia a dia podem ser facilmente “descartadas” pelo cérebro se não envolverem nada diferente do usual.

Memórias desagradáveis e traumáticas podem acabar sumindo da mente e a pessoa que as vivenciou nem sequer desconfiar daquilo depois. Como no caso das crianças, adultos também podem bloquear essas lembranças e só lembrar quando algo relacionado a elas acontecer.

Mas nem sempre as lembranças desagradáveis são esquecidas de forma inconsciente. A memória seletiva pode ser treinada para esquecer determinadas situações e lembrar de outras de forma mais clara.

Treinamento intensivo

Algumas vezes é preciso “treinar” a memória seletiva para focar nas coisas boas e que agregam para o dia a dia profissional e pessoal. Porém, trazer consciência para a memória não é tão simples, já que o processo de esquecimento é “automático” no cérebro.

É possível fazer a seleção das lembranças para que as mais relevantes ocupem a mente em detrimento das desagradáveis ou traumáticas. Para conseguir, é preciso focar sempre no que precisa ser lembrado e manter a atenção àquilo.

No exemplo do momento de estudos, conseguir lembrar do que foi visto em sala de aula requer que o aluno tenha foco naquilo e faça uma revisão sempre que possível. Exercícios físicos e uma noite de sono bem dormida também influenciam na memória.

Esquecer

Já para esquecer de momentos desagradáveis, o processo pode ser mais complexo. Isso porque geralmente esse tipo de situação é marcante e fica na cabeça por dias. Para esquecer, é preciso se ocupar de outras coisas e tentar nem pensar no que incomoda.

Com o tempo, fazer isso fica mais fácil e não dá tanto trabalho quanto no começo. Mas é possível, e muito útil, treinar a memória seletiva para absorver e lembrar mais daquilo que realmente é importante e relevante.

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