Os últimos meses foram ainda mais importantes para as relações de trabalho. Muitas adequações foram necessárias e a convivência corporativa precisou se estabelecer de vez em três pilares para garantir a fluidez das atividades e os resultados.
Equipes diminuídas (em número de colaboradores ou em carga horária) e novas formas de trabalhar, como o home office, são algumas adaptações que pegaram muita gente desprevenida.
E como lidar com tudo isso pode não ser uma tarefa fácil, as relações de trabalho baseadas em reputação, responsabilidade e respeito tendem a sobreviver às crises de forma leve e assertiva.
Mas se engana quem pensa que somente os líderes são responsáveis por desenvolverem esses três pilares das relações de trabalho. Gestores e colaboradores dividem a tarefa de manter o clima corporativo em harmonia, estando no escritório ou não.
Quer saber mais? Conversamos com a professora Denise de Moura, especialista e comportamento organizacional e liderança, para explicar um pouco mais sobre cada um desses pilares.
Reputação
Essa característica das relações de trabalho está diretamente à confiança e credibilidade. “Quando o discurso de um líder é igual a sua prática, ele fortalece sua reputação junto às pessoas a sua volta”, comenta Denise.
Esse pilar também serve para que o líder seja um exemplo para a equipe e, em vez de incentivar a competitividade e o clima estressante, estimule as competências dos integrantes do time, inclusive de forma interdependente.
Além dos gestores, também é dever dos colaboradores cuidar da reputação. “Isso inclui dizer a verdade aos superiores e aos colegas e enfrentar os problemas e adversidades com uma comunicação objetiva que respeite os diferentes pontos de vista”, pontua.
A reputação ainda envolve o olhar crítico dos profissionais sobre questões que podem não estar em conformidade com os valores organizacionais.
Responsabilidade
Um líder responsável demonstra comprometimento justo e honesto com sua equipe, entendendo seu dever de gerir processos e apresentar resultados, mas também fazendo uma gestão de pessoas mais íntegra e humanizada.
“O profissional com responsabilidade compreende que não consegue atingir seus objetivos sozinho e que sua equipe é fundamental para ajudá-lo a alcançar seu propósito e procura extrair o melhor que cada um pode oferecer” explica a professora.
Para os colaboradores, a responsabilidade envolve realizar as entregas de forma exemplar, dentro do prazo estipulado, e ajudar colegas que precisam.
Respeito
Comportamento ético e íntegro está associado a agir com respeito. Por isso, não adianta apenas parecer ético ou respeitoso, uma vez que suas ações têm grande impacto na sua reputação e relações de trabalho.
“Existem muitos profissionais com larga experiência técnica, mas com comportamentos tão inadequados que não conquistam o respeito de ninguém, apenas obediência”, exemplifica Denise.
A maturidade profissional frente ao feedback também é uma forma de respeito. Gestor ou colaborador, é importante entender que nem sempre estamos com a razão e que opiniões diferentes podem trazer resultados melhores ao grupo.
Bônus: resiliência
As relações de trabalho, em um mundo ideal, funcionam perfeitamente, com todos os membros da equipe conseguindo contribuir com um ambiente mais saudável e agradável para colaboradores e gestores.
Na prática, sabemos que a reputação, a responsabilidade e o respeito podem ser destruídos em segundos, com comportamentos inadequados e antiéticos. Aí que entra a resiliência.
“Alguns autores definem a resiliência como a capacidade de se antecipar a possíveis adversidades. Eu acredito que ela está mais voltada a nossa capacidade de superação e adaptação a uma situação que não pôde ser controlada ou prevista”, destaca.
A professor ainda explica que tudo é só questão de nomenclatura. “O mais importante é ter em mente que nem sempre conseguiremos prever todos os riscos e adversidades que enfrentaremos em nossa trajetória profissional, mas podemos treinar nossa maneira de reagir.”
Como você enxerga as relações de trabalho? Comente!