Você já ouviu falar na experiência do colaborador? O termo é uma tradução do inglês para a Employee Experience, prática importante para as empresas que querem atrair e reter talentos.

Os departamentos de RH e a gestões das empresas entendem a dificuldade de montar um time alinhado entre si, com as diretrizes da companhia e com o mercado externo. Por isso, traduzir o ideal corporativo em ações que enfatizam a importância dos funcionários e colaboradores pode ser um grande e atrativo diferencial.

Capital humano

O professor Edgard Stuber, que também é pesquisador especializado na resolução de problemas complexos e nos processos de inovação, explica que a tendência atual já caminha para a substituição do termo “recursos humanos” para “capital humano”.

“O ser humano não é um recurso e precisamos pensar muito mais na gestão do ser humano. Assim, a experiência do colaborador começa com o pensamento sobre como efetivamente incluir as pessoas no dia a dia da tomada de decisões”, comenta Stuber.

Essa mudança pode ser um pouco radical, já que estamos acostumados a focar muito em eficiência e agora precisamos dar espaço e motivar o engajamento.

Jornada

A experiência do colaborador surgiu no RH que passou a enxergar o colaborador que tem uma boa vivência dentro da empresa como um dos personagens principais do sucesso do negócio.

A jornada da experiência do colaborador começa desde a atração e captação de talentos e segue com o acompanhamento dos colaboradores e como eles se sentem no trabalho. E vai muito além de ações pontuais ou brindes.

Esse processo passa também pela ciência e identificação dos problemas, se são de ordem mais técnica ou pessoal, e dos níveis de satisfação, entre outras variáveis de motivação dos profissionais.

Com essas constatações, é possível planejar estratégias para melhorar o bem-estar dos funcionários de forma individual e de acordo com as demandas de cada um.

Produtividade

Val ressaltar que a experiência do colaborador tem resultados percebidos mais a longo prazo. Especialmente porque essa cultura ainda está sendo adequada na maioria das empresas e esse processo de adaptação requer mudanças corporativas culturais.

Se a baixa produtividade é um processo que ocorre com o passar do tempo, então a experiência do colaborador como uma técnica motivadora de alta produtividade deve ser encarada como o processo contrário e que também leva tempo para atingir seu ápice.

“Quando pensamos em mudanças individuais, o processo tende a ser mais rápido. A alteração na base cultural depende das relações sociais e por isso pode levar de seis meses a um ano para ser percebida”, avalia o professor.

Estamos errando?

Stuber aponta que as empresas erram ao querer resolver problemas tirando as pessoas da equação. “Quando as pessoas são recolocadas na equação, os problemas ressurgem. Porque o ser humano é complexo e não podemos ser reducionistas ou simplistas”, ressalta.

As práticas de experiências do colaborador devem identificar as possibilidades de retirada das barreiras dos profissionais com escutas ativas e técnicas etnográficas da antropologia para conversar com as pessoas individualmente e coletar informações para proporcionar uma boa jornada dentro da empresa.

É preciso iniciar uma relação empática, que leva em conta os costumes, hábitos, raças, religiões, orientações sexuais e outras características de cada funcionário.

Protagonismo

Uma das ferramentas que auxiliam uma boa experiência do colaborador é justamente chamar os profissionais para a tomada de decisão e resolução de problemas, sejam eles individuais ou coletivos.

“Quando as pessoas adquirem protagonismo nos processos, elas abraçam os projetos. E aí é preciso fazer experimentações em equipe para mostrar a complexidade dos problemas e enfatizar a importância do envolvimento de todos os profissionais”, conclui Stuber.

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