Existem pessoas que simplesmente nasceram para fazer discursos, enquanto outras passam terríveis apuros para tentar se comunicar. Sudorese, nervosismo, gagueira momentânea e “dar branco” são sinais que indicam um grande medo de falar em público. Você também é desse time?
Caso a resposta seja positiva, temos uma boa notícia – de um certo ponto de vista, é claro. Falar em público é um dos maiores medo da humanidade, portanto, ninguém está sozinho quando bate o pânico antes de uma apresentação, seja ela online ou presencial.
O grande fato é que fazer uma apresentação, seja em qual caso for, é uma das ocasiões em os seres humanos experimentam uma altíssima vulnerabilidade, quase como pular com paraquedas de um avião sem saber se ele vai abrir.
No controle das emoções
As emoções acionadas durante a apresentação são as mesmas de quando estamos em perigo real, no entanto, não são irremediáveis. Pessoas que são boas em fazer discursos também sentem medo de falar em público, mas sabem como lidar com isso.
Então, ter domínio do emocional é só uma forma de se “aquecer” para conseguir se expressar. E não adianta fugir das emoções nessa hora, pois elas estão na base da nossa comunicação, até mesmo em conversas simples.
Além disso, não existe uma forma de ganhar autoconfiança automaticamente. O pior inimigo de alguém que está perto de fazer um discurso é a própria pessoa, e não a audiência, por mais desafiadora que ela possa ser.
Agora, mais uma boa notícia.
Existem formas de lidar com o medo de falar em público, e tudo graças à natureza, que nos deu parte de um cérebro racional com o qual governamos e dominamos nossas reações diante de situações de vulnerabilidade.
Gostar e confiar são a questão
Ao ouvir alguém falar, inconscientemente nos questionamos sobre isso, até mesmo em situações mais banais, como em qualquer conversa nova.
É por isso que estamos o tempo todo prestando atenção não só na fala, mas também em outros aspectos da comunicação, verbais e não verbais. O fato é que, no início de uma apresentação, precisamos trazer elementos que levem a audiência a responder sim para gostar e sim para confiar em nós e no que falamos.
Portanto, gerar credibilidade vai além de demonstrar simpatia, por exemplo. É preciso provocar, acima de tudo, dois tipos de conexões com a audiência: a racional e a emocional.
Mas como conseguir esse tipo de encantamento principalmente em apresentações online?
Primeiro, basta lembrar que uma conexão é criada com uma história familiar, ou algo que evoque a imaginação. Ao falar em público, o orador pode contar para a audiência algo que aconteceu com ele antes mesmo de iniciar a palestra, ou fazer uma pergunta que realmente tire as pessoas do transe de estar em espera para começar a prestar atenção no conteúdo falado.
Isso também pode ser repetido durante a apresentação, para evitar cansaço e desvio natural da atenção.
Teoria
Apresentações podem ser mais do que simples slides ou abordar um assunto chave em frente a uma plateia. Às vezes, elas também podem acontecer em conversas individuais, ou até mesmo por telefone, quando precisamos convencer alguém sobre qualquer coisa.
Apesar de parecer uma forma ultrapassada de falar sobre uma apresentação, a oratória é um estilo de retórica, com objetivo macro de convencer a audiência em relação ao conteúdo apresentado. Nada mais é do que persuasão.
Para ser persuasiva, a oratória, precisa estar apoiada nos pilares Ethos, Pathos e Logos. O significado para Ethos está relacionado à imagem do apresentador e credibilidade transmitida por ele. Enquanto isso, Pathos é a conexão emocional com a audiência, que pode ser gerada a partir do método do storytelling, organizando o conteúdo de uma apresentação como se fosse uma história com começo, meio e fim.
Finalmente, o terceiro pilar, Logos, é a conexão racional, em que informações fundamentam todas as falas da apresentação. Junto a tudo isso, é importante ter bem definido o objetivo de se falar em público, ou seja, para onde as pessoas que estão assistindo serão conduzidas.
Entender como funciona na teoria um discurso é uma das formas para enfrentar o medo de falar em público, mas não só. Isso explicamos a seguir.
Prática
Para recordar: os desafios da oratória ao vivo são a baixa oportunidade de interação, o espaço reduzido para sinais não verbais e a dificuldade em sustentar a atenção do público.
Seja esse o caso ou não, é sempre bom usar essas dicas:
- Fazer uma interação inicial com check-in de como acontecerá a apresentação;
- Usar outras formas de comunicação não verbal, como olhar para a câmera/plateia, articular bem as palavras, fazer pequenas pausas e dar ênfase em algumas partes da fala;
- Promover a escuta ativa, com interação e socialização, além de uma caixa de perguntas para serem respondidas no fim da apresentação, por exemplo
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