Felicidade é algo subjetivo e individual e que, quando está atrelado a pontos importantes como Ikigai e propósito de vida, resulta em realização pessoal e profissional.

O Ikigai pode ser um fator fundamental na busca pelo propósito de vida. Por isso, conversamos com Gino Terentim, professor de pós-graduação e especialista no assunto, para evidenciar a relação entre Ikigai e propósito de vida e muito mais sobre o tema! Confira!

Origem e etimologia

Segundo Terentim, “Ikigai – na tradução, algo como ‘razão para viver’ – é uma filosofia de vida com origem na ilha de Okinawa, no sul do Japão. Essa ilha é bastante conhecida pela alta estimativa de vida de seus habitantes – acima de 100 anos –, pelo alto nível de propósito e um índice de felicidade acima da média.”

Segundo o professor, o termo tem diferentes significados e caminhos de acordo com as regiões oriental e ocidental.

“Nós, aqui no ocidente, costumamos definir ‘razão para algo’ como um objetivo, um ponto no tempo, ou ainda um marco no futuro. Por exemplo, pensamos na razão de um planejamento estratégico ou na razão de trabalharmos em uma determinada empresa. Temos esse costume de definir a razão como um ponto de chegada.”

Terentim continua. “No oriente, quando falamos de razão para viver, não falamos de um ponto no futuro, mas de cada ponto construído ao longo da jornada, em cada momento que vivemos. É uma razão, um motivo para levantar da cama todos os dias e buscar o próprio Ikigai, ainda que seja utópico e você não encontre. A razão para viver está na busca e não na chegada.”

Ikigai e propósito de vida

Terentim mostra os quatro domínios que permeiam nossas vidas:

  • Fazer algo que se ama.
  • Fazer algo com proficiência.
  • Fazer algo que o mundo precisa – no caso, o “mundo” pode ser uma comunidade ou pessoa.
  • Fazer algo que seja remunerado.

O Ikigai e propósito de vida são encontrados no centro desses quatro domínios, e não em suas intersecções. Isso porque, ao encontrar o centro do Ikigai, há um equilíbrio entre as partes e isso leva à felicidade genuína.

Cuidado com as intersecções

As intersecções podem ser divididas em:

  • Paixão: aquilo que você ama fazer e que faz bem;
  • Profissão: aquilo que você faz bem e é remunerado;
  • Vocação: aquilo que é remunerado e o mundo precisa que você faça;
  • Missão: aquilo que o mundo precisa que você faça e que você ama fazer.

Embora essas intersecções resultem em felicidade, isso é feito de maneira momentânea e a curto prazo. O mesmo acontece com outras intersecções que podem atrair sentimentos ruins como:

  • Desgosto: quando você faz algo com proficiência, é algo que o mundo precisa que você faça, você é remunerado, mas não tem amor pelo que faz;

  • Escassez: quando você ama o que faz, tem proficiência, é algo que o mundo precisa que você faça, mas você não é remunerado;

  • Incompetência: quando você ama o que faz, é algo que o mundo precisa que você faça, você é remunerado, mas não tem proficiência;

  • Inutilidade: quando você é remunerado pelo que faz, ama fazer, tem proficiência, mas o mundo não precisa do que você faz.

Mesmo entre algum sentimento ruim, uma coisa é essencial…

Não desista

Diferente do que muitos pensam, encontrar o Ikigai e propósito de vida é uma busca contínua e não há um método correto para obter o equilíbrio dos quatro domínios.

“Não há um passo a passo. Nós, ocidentais, temos essa necessidade de procurar por modelos e métodos, mas o Ikigai não é isso. Encontrar o Ikigai é buscar, todos os dias, chegar próximo do seu centro, e o propósito de vida está completamente relacionado a essa jornada, e não a sua chegada”, explica Terentim.

Ressignificando a vida

A verdade é que o mundo já não é mais o mesmo e, hoje, o ato de perseverar e não desistir de algo está cada vez mais raro.

“Hoje, até as relações estão muito mais superficiais. Antigamente, valorizava-se muito mais o reparo das coisas, assim como as relações, em que investíamos o máximo possível para que ela fizesse sentido, e separar ou romper não era uma escolha tão simples. Tanto na relação matrimonial, interpessoal ou profissional, a separação não era a primeira opção, mas uma decorrência de várias tentativas frustradas de conserto”, explica.

O professor conclui com algumas reflexões importantes que devem ser feitas diariamente por quem busca encontrar o Ikigai e propósito de vida.

  • Será que você pode amar mais o que tem hoje?
  • Será que você pode ser ainda melhor naquilo que você já faz hoje?
  • Será que você consegue fazer seu dinheiro render mais?
  • Será que você consegue viver melhor com o dinheiro que já tem?
  • Será que você consegue reencontrar o propósito da sua empresa?
  • Será que você consegue reencontrar o significado da sua empresa na vida dos outros ao seu redor e entender o bem que ela traz ao mundo?

“O Ikigai não é buscar algo novo, mas buscar, naquilo que você tem hoje, um novo significado”, finaliza Terentim.

Gostou da matéria? Já conhecia a relação entre Ikigai e propósito de vida? Comente e continue nos acompanhando!

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