Competência é um conceito intuitivo, que faz parte da linguagem comum. A frase “quem não tem competência não se estabelece” não precisa de explicações. A competência só se revela na ação: está sempre ligada a resultados do trabalho ou de qualquer atividade; ao ato de saber fazer e efetivamente fazer, com a demonstração de resultados. Se você pretende ser um administrador competente, precisa de domínio sólido do conceito de competência e saber que competências precisa adquirir e desenvolver. Vamos estudar algumas definições de competências:

O que são competências?

  • Uma competência é um conjunto de habilidades, comportamentos, atitudes e conhecimentos inter-relacionados, dos quais uma pessoa precisa para ser eficaz na maioria das ocupações profissionais e gerenciais.
  • A competência é uma combinação de saber (conhecimento), saber ser, aptidões e traços de personalidade. Na competência associam-se o inato e o adquirido.
  • Em situação de trabalho, são capacidades que permitem exercitar convenientemente uma função ou profissão.
  • Conjunto de saberes, saber-fazer e saber fazer-fazer relativos a um domínio de conhecimentos específicos (sabendo-se que cada domínio pode se ramificar em subdomínios, em função do nível de precisão pretendido). Exemplo: hospitalidade, biologia, contabilidade, documentação, eletricidade…
  • Competência é a mobilização ou a ativação de diversos saberes, em uma situação e um contexto específico. Competência que não se realiza é apenas potencial.

Nessas definições, podemos notar palavras como habilidades, conhecimentos e saberes, as quais usaremos em seguida para classificar as competências.

Como classificar as competências

Vejamos agora como as competências podem ser classificadas. Há duas classificações mais importantes: 1. domínios da aprendizagem e 2. saberes.

1. Domínios da aprendizagem

A mais tradicional classificação das competências as divide em conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA em português ou KSA em inglês – knowledge, skills and atitudes). Essa tipologia ou taxonomia foi desenvolvida com o objetivo de instrumentalizar a aplicação das competências ao campo da educação superior e apresentada pela primeira vez, em 1956, por um grupo liderado por Benjamin Bloom.

Esse grupo identificou três domínios de atividades educacionais ou domínios de aprendizagem (esta segunda denominação tornou-se mais conhecida):

  • Domínio cognitivo: habilidades mentais (conhecimento).
  • Domínio afetivo: sentimentos ou manifestações emocionais (atitudes).
  • Domínio psicomotor: habilidades manuais ou físicas (habilidades).

Essa é a classificação original de Bloom, que continua a ser aprimorada. Por exemplo, as habilidades se ampliaram, para incluir competências interpessoais (ou relacionais) e intrapessoais (como capacidade de autoanálise e autocontrole). Uma versão muito mais ampla foi criada para a definição de objetivos educacionais. Veja na Figura abaixo a interpretação dos domínios originais de Bloom:

2. Saberes

Outra forma de classificar as competências é agrupá-las em saberes. É assim que fazem os especialistas franceses em gestão de pessoas. Os franceses propõem quatro tipos de saberes:

  • Saberes propriamente ditos: conhecimentos gerais ou especializados para realizar uma atividade. Por exemplo: “conhecer os princípios termodinâmicos do motor a explosão”.
  • Saber fazer: domínio de ferramentas e métodos para realizar uma atividade. Por exemplo: “ser capaz de diagnosticar uma disfunção em um motor a explosão”.
  • Saber ser: conjunto de aptidões e comportamentos no trabalho, maneiras desejáveis de agir e interagir. Por exemplo: “ser cuidadoso no diagnóstico de disfunções”.
  • Saber fazer fazer: significa saber fazer outras pessoas fazerem, ensinar. Por exemplo: “é capaz de explicar o funcionamento de um motor a explosão”.

Nada muito diferente dos domínios da aprendizagem. Veja:

  • Saberes propriamente ditos = conhecimentos.
  • Saber fazer = habilidades.
  • Saber ser = atitudes.
  • Saber fazer fazer = um tipo especial de habilidade.

*Antonio Cesar Amaru Maximiano é professor do curso Gestão em Foco, da Plataforma Solution. É pesquisador do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, professor nos MBAs USP/Esalq e coordenador do curso de Gestão de Pessoas. Administração Geral, Administração de Projetos, Qualidade Total e Recursos Humanos são suas áreas de atuação no ensino e na pesquisa.

Texto originalmente publicado em GEN.NEGÓCIOS & GESTÃO.

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