Alguns profissionais consideram que atingiram o auge corporativo quando a rotina de trabalho está intensa, com longas jornadas e acúmulo de funções. Eles são chamados de workaholics e, hoje, estão fora do escopo dos profissionais do futuro, uma das consequências dessa vida de excessos.

Durante muito tempo, conselhos como “trabalhe enquanto eles dormem” foram passados de geração em geração, nos desafiando a correr contra o tempo, o tempo todo. De exemplos como esse surgiram profissionais com cronogramas cada vez mais apertados e misturando os hábitos corporativos com os pessoais.

Além da ilusão de que quem trabalha mais rende e produz mais, não separar a vida pessoal da profissional causa inúmeros problemas. Podemos citar alguns como descontentamento por não receber salário compatível com as funções acumuladas ou com a jornada trabalhada e falta de tempo para cuidar da própria saúde.

Morrer por um salário?

Um estudo da Universidade de Stanford, nos EUA (Estados Unidos da América), estima que cerca de 120 mil estado-unidenses morrem anualmente por um salário. As causas das mortes estão relacionadas a transtornos mentais e comportamentais adquiridos no trabalho.

Isso representa cerca de 8% do custo total com saúde e um prejuízo de 180 bilhões de dólares para os EUA. O dado, de 2018, parece chocante, mas a realidade é que os workaholics precisam trabalhar menos se quiserem manter a saúde física e mental, assim como a qualidade de vida.

Cenário no Brasil

No Brasil, dados da Previdência Social apontam que, nos primeiros meses de 2018, foram concedidas 8 mil licenças pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a profissionais com quadros derivados do estresse.

Essa informação apresenta aumento de 12% em relação ao mesmo período em 2017. O afastamento por depressão e ansiedade, especificamente, subiu quase 5%. Cerca de 10 anos atrás, quando as doenças mentais começaram a ser mapeadas, elas representavam menos de 4% dessas situações.

Para ter uma ideia mais clara, a estimativa é que, de 2012 a 2016, o governo brasileiro gastou R$ 784,3 milhões com tratamento de transtornos mentais e psicológicos, o equivalente a 7% das despesas médicas do país.

Como não entrar para o time de workaholics

Muita gente pode pensar que tudo isso é uma grande bobagem e acreditar que a solução ainda é, sim, comprometer toda a rotina com compromissos profissionais. Mas até as empresas já entendem essa nova demanda e as pessoas com rotinas equilibradas podem se adaptar com mais facilidade aos novos cenários.

Prova disso é que as chamadas soft skills estão no radar das empresas há algum tempo e a gestão do tempo é um dos talentos que deve ser exercitado. Assim, os workaholics já não qualificam mais os profissionais do futuro.

Para avaliar se você está ultrapassando seus limites no trabalho, uma dica é analisar a autonomia de horários e local e a clareza sobre as responsabilidades profissionais. Às vezes, fatores indiretos podem caracterizar uma rotina como a de workaholics, sem que você perceba explicitamente.

Se o deslocamento até o trabalho demora, se as jornadas estão extensas e se há pressão por resultados, você pode estar sendo levado ao seu limite profissional.

Algumas situações, como medo de perder o emprego e trabalho pesado, também forçam profissionais a ser tornarem workaholics. Assim, o estresse é em dobro, já que o foco não é só em executar bem as técnicas. A preocupação com a estabilidade também demanda energia e contribui para a saturação do trabalho e consequente queda da eficiência e produção.

“Desglamourização” do estresse

É preciso mudar toda a mentalidade corporativa que embutiu certo fascínio pela rotina de workaholics. São prazos impossíveis, atendimentos corporativos fora de horário comercial, pouco cuidado com a saúde ao consumir produtos mais rápidos e menos naturais como válvula de escape para hábitos estressantes.

Dessa forma, entram em cena algumas práticas como possibilidade de home office, mais autonomia para os funcionários e flexibilidade de adequação da jornada. Exemplo disso são as profissionais que se tornam mães.

Por muitos anos, a maternidade foi motivo de abandono da carreira por conta dos horários incompatíveis com amamentação e demais cuidados atribuídos especificamente às mães. Agora, a ideia é que essas profissionais, em vez de se demitirem, reajustem o expediente para adaptar essas demandas, sem abrir mão da profissão.

Quais práticas comuns aos workaholics você já deixou de lado? Comente e fique por dentro das principais tendências para empresas na gestão de pessoas.

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