O papel de um líder é fundamental no desenvolvimento e andamento dos trabalhos de uma equipe. Mas, motivar o grupo e conquistar os resultados esperados pela empresa não é tarefa simples. Ser flexível e adaptar o estilo de liderança à maturidade da equipe são preceitos da liderança situacional e podem ajudar na construção de um grupo de trabalho de alto desempenho.
“Uma equipe de alto desempenho é uma equipe madura, na qual as pessoas sabem dar e receber feedbacks umas das outras e têm excelente comunicação. Não entram em conflito, elas debatem e discutem para chegar a algo maior. Têm sinergia e trabalham muito bem para atingir resultados além dos esperados. E isso pode ser alcançado através da liderança situacional”, explica Denise de Moura, professora e especialista em gestão de pessoas.
Ela cita que um líder situacional é aquele que consegue transitar entre os diferentes estilos de liderança (diretiva, servidora, etc) e extrair o que há de melhor em cada membro da equipe.
“Muitas vezes o líder encontra equipes fragmentadas, nas quais as pessoas não se falam e são extremamente competitivas. E como ele consegue alterar isso? É entendendo que as pessoas são diferentes e que talvez algumas ali não estejam no lugar certo. O líder situacional vai ‘mexendo’ com a equipe não só porque escuta o que cada um pode ou quer fazer, mas também porque ao tomar essas decisões ele consegue descobrir e estimular melhor o grupo”, afirma Denise.
Esse formato de liderança, que dá mais voz aos membros do time e tem flexibilidade de ser mais diretiva ou mais coach, vem crescendo entre as empresas, segundo a professora.
“Acredito muito na liderança situacional. Cada vez mais as empresas falam em humanização da gestão, em liderança flexível, situacional e em autonomia. Aquela história do ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, não resolve mais”, cita.
Adaptação
Flexibilidade é palavra-chave na liderança situacional. “Não há certo ou errado, mas a gente sabe que um líder autocrático, que não ouve, que não dá autonomia, a médio e longo prazos, vai trazer problemas. Ele vai perder funcionários ou vai ficar com profissionais que estão ali porque se acomodaram, não vai conseguir extrair o melhor das pessoas”, afirma Denise.
A liderança situacional trabalha com o líder diretivo – não autocrático. “O líder diretivo dá a direção, diz o que as pessoas precisam e como devem fazer quando elas não sabem, ou porque são novas ou imaturas, por exemplo. Depois, percebendo que elas estão mais maduras, ele muda o estilo de liderança, por isso é situacional, porque ele usa um tipo de liderança para cada situação”, explica.
Estilos de liderança
Quando se entra em uma equipe e ela está totalmente desmotivada, sem resultados, é preciso um estilo de liderança diretivo, afirma a professora. “Não adianta ter um estilo de liderança democrática porque está todo mundo ‘batendo cabeça’. E conforme essa equipe vai amadurecendo, o líder nota que algumas pessoas já não precisam de direção e começa a delegar. Ele muda estilo de liderança e ao delegar começa a dar confiança”, comenta.
Já um líder servidor, por exemplo, se assemelha a um facilitador – está à frente para servir a equipe. Trabalha com foco na humanização da gestão.
Um líder coach, por sua vez, dá o direcionamento fazendo com que as pessoas reflitam sobre quem elas são. “Tem vários estilos de liderança, o líder diretivo, o líder coach, que vai dar mais treinamento, orientar, e depois o líder que vai delegar”. E todas elas podem ser aplicadas na liderança situacional.
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